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Coral Afro Kumbayah celebra cultura e ganha projeção nacional 16644g

O que começou como um projeto voluntário de dois regentes apaixonados por música e cultura afro-brasileira, tornou-se uma das mais potentes expressões artísticas da região de Limeira. Fundado em 12 de abril de 2023, o Coral Afro Kumbayah ultraou fronteiras e preconceitos ao propor, por meio da música, um espaço de acolhimento, aprendizado e valorização das raízes africanas no Brasil. 6s575x

 

Idealizado pelos músicos Kaue Braga e Alan Rogério, o coral tem como missão oferecer um ambiente seguro, inclusivo e transformador para pessoas de todas as idades, raças, religiões e gêneros. Apoiado pela Secretaria de Cultura de Limeira, o grupo já contou com mais de 50 integrantes ao longo de sua trajetória e realizou cerca de 70 apresentações — em instituições como Unicamp, UFSCar, Sesc, Senac e até no tradicional Festival Internacional de Corais (FIC), em Belo Horizonte.

 

Kaue iniciou sua trajetória musical em 2003, no projeto Tambores da Alegria, onde teve contato com o maestro José Donizete dos Santos — figura que inspira e dá nome ao legado continuado pelo Coral Afro Kumbayah.Durante sua formação, Kaue ou por diversos corais e grupos musicais da cidade e da região, destacando-se pela atuação com repertórios afro-brasileiros e pela proposta pedagógica inclusiva.

 

Em 2015, formou-se em Licenciatura em Música pelo UNASP e, desde então, tem lecionado em escolas públicas e privadas. Seu trabalho sempre esteve voltado à democratização do ensino musical e à valorização das identidades culturais afrodescendentes.

“O Kumbayah nasceu como um projeto de acolhimento. Um espaço seguro, onde qualquer pessoa, mesmo sem experiência, pode descobrir que é capaz de cantar, de pertencer, de ser ouvida. Nós combatemos o preconceito com conhecimento, com música, com afeto”, destaca Kaue.

 

A proposta surgiu como uma forma de dar continuidade ao legado do Maestro José Donizete dos Santos, figura importante na formação cultural de Limeira. Kaue Braga, um dos regentes, começou sua jornada musical ao lado de Donizete, no projeto Tambores da Alegria. “O Coral nasce com esse espírito de continuidade, mas também de renovação”, afirma.

 

“A ideia é que a gente possa ensinar as pessoas a cantarem, mesmo aquelas que nunca tiveram essa experiência. O coral é um espaço seguro onde elas possam se desenvolver”, explica Kaue, destacando o impacto social da proposta. “Temos relatos emocionantes, como o de uma moça que começou com dificuldade e hoje já acompanha o grupo com segurança”, disse.

 

Além de ensaiar semanalmente na sede do EMCEA, no Museu Histórico e Pedagógico Major José Levy Sobrinho, o grupo também participa de ações em escolas e eventos sociais, promovendo não apenas cultura, mas educação e cidadania. O nome do coral tem origem angolana: “Kumbayah” significa “venha a mim”, uma invocação espiritual usada em cânticos afro-americanos. “É um chamado a Deus, um pedido para que Ele esteja entre nós nos ajudando nesses tempos difíceis — e é assim que gostaríamos de levar esse projeto adiante”, afirma Kaue.

 

Em 2024, o Coral Afro Kumbayah foi contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo e produziu um documentário musical contando a história do grupo, com depoimentos dos coralistas e registros de apresentações. O filme está disponível no YouTube.Este ano, o grupo foi novamente contemplado — desta vez pela Lei Aldir Blanc — e está gravando seu primeiro EP, com lançamento previsto para outubro, no Teatro Vitória.

 

Em setembro, o Coral Afro Kumbayah participará do Festival Internacional de Corais (FIC), em Belo Horizonte — um dos maiores encontros do gênero no país. “É um marco na nossa trajetória. Vamos levar nossa arte e nossa mensagem para um novo público, em outro estado, reforçando o compromisso com a inclusão e a valorização da cultura afro-brasileira”, disse. Esse ano o coral gravou o primeiro EP autoral através da Lei Audir Blanc e o lançamento será dia 22 de outubro no Teatro Vitória.

 

Para o futuro, Kaue sonha com mais estrutura e apoio permanente. “A gente tem o apoio da Secretaria da Cultura com o espaço para ensaio, mas sabemos que ainda há muito a conquistar. A cultura precisa ser entendida como algo essencial, que transforma realidades. O coral é prova disso”, disse.

 

Legenda: Coral Afro Kumbayah ultraa fronteiras e valoriza as raízes africanas no Brasil

 

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Coral Afro Kumbayah estreia na TV Globo neste sábado

 

O Coral Afro Kumbayah, de Limeira, será destaque nacional no próximo sábado (14) ao participar do quadro Caldeirão de Vozes, exibido no programa Caldeirão com Mion, na TV Globo. A atração reúne corais de diferentes estilos e regiões do país em uma competição musical, com premiação de até R$ 100 mil para o grupo vencedor.

 

Formado por voluntários e com foco na valorização da cultura afro-brasileira, o coral limeirense foi selecionado entre dezenas de candidatos. “Foi uma conquista enorme. A maioria dos corais da nossa etapa eram ligados a universidades com tradição musical. Nós fomos com nossa estrutura humilde, representando não só Limeira, mas a música afro e a resistência cultural”, destaca o regente Kaue Braga.

 

A participação no programa foi também uma experiência transformadora para os integrantes. “Muitos nunca haviam andado de avião ou saído do estado. Foi emocionante ver como o grupo se apoiou, superou o nervosismo e se fortaleceu ainda mais”, conta Kaue. “Nos bastidores, fomos muito bem acolhidos pelos outros corais e pela equipe da Globo. Foi rápido, mas inesquecível”, disse.

 

A gravação ocorreu no Rio de Janeiro, e o episódio está programado para ir ao ar neste sábado (14), a partir das 16h, na TV Globo.“Convidamos toda Limeira e região para assistir e vibrar com a gente. Estar ali é uma vitória coletiva e simbólica: é o reconhecimento de um trabalho feito com amor, resistência e propósito”, conclui o regente.

 

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